quarta-feira, 31 de outubro de 2012

31 de outubro – 495º Aniversario da Reforma Protestante.


No cárcere, sentenciado pelo papa a ser queimado vivo João Huss disse: “Podem matar o ganso [em alemão, sua língua natal, huss é ganso], mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar”.

            Enquanto caía a neve e o vento frio uivava como fera em redor da casa, nascia esse “cisne” em Eisleben, Alemanha. No dia seguinte, o recém-nascido era batizado na igreja de São Pedro e São Paulo. Como era dia de São Martinho, recebeu o nome de Martinho Lutero.

            Cento e dois anos depois de João Huss expirar na fogueira, o “cisne” afixou, na porta da igreja em Wittenberg, as suas noventa e cinco teses contra as indulgências, ato que gerou a Grande Reforma.

            Wyclif, “a estrela da alva da Reforma”, traduzira a Bíblia para a língua inglesa. João Huss, discípulo de Wyclif, morrera na fogueira, na Boêmia, suplicando ao Senhor que perdoasse os seus perseguidores. Jerônimo de Praga, companheiro de Huss e também erudito, sofrera o mesmo suplício, cantando hinos, nas chamas, até o último suspiro. João Wessália, notável pregador de Erfurt, fora preso por ensinar que a salvação é pela graça, seu frágil corpo fora metido entre ferros, onde morreu quatro anos antes do nascimento de Lutero. Na Itália, quinze anos depois de Lutero nascer, Savonarola, homem dedicado a Deus e fiel pregador da Palavra, foi enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da igreja romana. Em tempos assim, nasceu Martinho Lutero.

            Aos 18 anos, Martinho ansiava estudar numa universidade. Seu pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Eufurt, o centro intelectual do país, onde cursavam mais de mil estudantes. O moço estudou com tanto afinco que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel em filosofia. Com a idade de 21 anos, alcançou o segundo grau acadêmico e o de doutor em filosofia. Os estudantes, professores e autoridades prestaram-lhe significativa homenagem.

            Mas a alma de Lutero suspirava por Deus, acima de todas as coisas. Vários acontecimentos influenciaram-no a entrar para a vida monástica, passo que entristeceu profundamente seu pai e horrorizou seus companheiros de universidade.

            Primeiro, achou na biblioteca o maravilhoso Livro dos livros, a Bíblia completa, em latim. Até aquela ocasião, supunha que as pequenas porções escolhidas pela igreja para serem lidas aos domingos constituíssem o todo da Palavra de Deus. Depois de uma longa leitura, exclamou: ‘Oh! Se a Providência me desse um livro como este, só para mim!” Continuando a ler as Escrituras, seu coração começou a perceber a luz, e sua alma a sentir ainda mais sede de Deus.

            Para Lutero, a salvação da sua alma ultrapassava qualquer outro anelo.

            Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou, à porta da Igreja do Castelo, em Wittenberg, as suas 95 teses, cujo teor resume-se em que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado, e não a penitência. Lutero as afixou para um debate público, na porta de igreja, como era costume nesse tempo. Mas as proposições, escritas em latim, foram logo traduzidas para o alemão, holandês e espanhol. Antes de decorrido um mês, para surpresa de Lutero, já estavam na Itália, fazendo estremecer os alicerces do velho edifício de Roma. Foi do ato de pregar em lugar público as 95 teses que nasceu a Reforma, isto é, que tomou forma o grande movimento de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus.

            495 anos se passaram, e hoje fica a pergunta: Há necessidade de uma nova Reforma Protestante? Acredito que hoje há sim a necessidade de uma nova reforma, mas esta deve partir de dentro do coração de cada um que se diz cristão. É hora de rever conceitos, voltar ao simples, novo e antigo Evangelho da cruz.


Em Cristo,
André Gonçalves.


Bibliografia:
Boyer, Orlando – Heróis da Fé – CPAD.

domingo, 28 de outubro de 2012

Ebede-Meleque


A Palavra de Deus não registra muita coisa a respeito deste homem chamado Ebede-Meleque. O que sabemos a respeito dele está registrado nos cap. 38 e 39 do livro do profeta Jeremias. Sabemos que era um escravo, eunuco e de nacionalidade etíope. Era um estrangeiro.

Ebede-Meleque chegou a Jerusalém através das conquistas do povo hebreu ou foi comprado de mercadores de escravos. Por ser alguém que servia diretamente o rei, sabemos que era um homem culto, e que possuía certa sabedoria.

O que vale a pena destacar é o fato de que na vida deste homem foi despertado o temor ao Senhor, Deus de Israel, a ponto de pedir ao rei Zedequias a liberdade de Jeremias, um ato ousado e de grande coragem, pois a poucos momentos desta atitude, o rei Zedequias havia consentido que Jeremias fosse colocado no calabouço.

Certamente por se tratar de um estrangeiro, foi criado e educado em uma cultura estranha aos costumes do povo hebreu. Cresceu ensinado em uma outra religiosidade, sem conhecer o verdadeiro Deus. Porem ao observar a vida e ministério do profeta Jeremias, algo mudou em sua vida. Certamente a perseverança e paciência do profeta lhe chamaram a atenção. Como poderia um só homem, ir contra tudo e todos com uma mensagem de juízo? Era como que colocar a própria vida em risco, o que de fato aconteceu com Jeremias.

Duas coisas aprendemos e devemos destacar na vida de Ebede-Meleque: O temor gera fidelidade e a fidelidade gera salvação. O temor levou este homem a reconhecer que a mensagem de Jeremias era a verdade. A sua fidelidade lhe concedeu a conservação de sua vida. Veja o que a Palavra de Deus registra em Jr. 39. 15-18 “Ora, tinha vindo a Jeremias a palavra do Senhor, estando ele ainda encerrado no átrio da guarda, dizendo: Vai e fala a Ebede-Meleque, o etíope, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que eu trarei as minhas palavras sobre esta cidade para mal e não para bem, e se cumprirão diante de ti naquele dia. A ti, porém, eu livrarei naquele dia, diz o Senhor, e não serás entregue nas mãos dos homens perante cuja face tu temes. Porque, certamente, te salvarei, e não cairás a espada, mas a tua alma terás por despojo, porquanto confiaste em mim, diz o Senhor.”

Ebede-Meleque, um escravo, estrangeiro, mas com duas características indispensáveis à vida de qualquer cristão: Temor e Fidelidade.



Em Cristo,
André Gonçalves.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dia das crianças - 12 de outubro

"Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus." Mc 10.14b

Meu sentimento neste momento é pedir a benção de Deus sobre a vida de todas nossas crianças, independente de quem sejam filhos (as). Que todas elas tenham a oportunidade de conhecer nosso Jesus, confiar e se entregar a Ele.

A Palavra de Deus deixou-nos exemplos de crianças que confiaram suas vidas às mãos do Senhor.

Isaque
José
Moisés
Samuel
Davi
Jesus

Ore por nossas crianças.

Em Cristo,
André Gonçalves

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Uzá e a desobediência.


II Sm 6

A Palavra de Deus sempre nos dá bons exemplos de como ele é zeloso, principalmente no que se refere à santidade e a obediência. Uzá é o exemplo de um consagrado homem a serviço do Senhor que ousou em lhe desobedecer, e este ato custou sua vida.

Davi era devoto, obediente, temente e zeloso pelas coisas de Deus. Em seu coração havia bom propósito em trazer a arca do Senhor para Jerusalém. Talvez Davi não soubesse, ou não se recordava, de que este santo utensílio da casa do Senhor não poderia ser transportado de outra maneira a não ser nos ombros dos sacerdotes. Se Davi não sabia, Uzá sabia (Êx 25. 12-15/ Js 3.8). Parece que Uzá queria poupar os seus ombros de carregar a arca e pensou que transportá-la em um carro de bois era mais cômodo e rápido.

O ato impensado deste sacerdote custou-lhe a vida. “E, chegando a eira de Nacom, estendeu Uzá a mão à arca de Deus e segurou-a, porque os bois a deixaram pender. Então, a ira do Senhor se acendeu contra Uzá, e Deus o feriu ali por esta imprudência, e morreu ali junto à arca de Deus.” II Sm 6.6-7

Imprudência significa literalmente irreverência. Nem mesmo os sacerdotes tinham permissão para tocar a arca ou olhar dentro dela, porque era muito sagrada. A arca não estava sendo transportada de acordo com as instruções de Deus. Se a arca tivesse sido transportada no ombro dos sacerdotes, como ordenara a lei, isso não teria acontecido.

A segunda tentativa de levar a arca foi bem sucedida porque os sacerdotes desta vez a transportaram de maneira correta, ou seja, em seus ombros. A presença de Deus deve ser conduzida por pessoas e não por coisas. II Sm 6.13.

Devemos atentar à Palavra de Deus para não cometermos os mesmos erros e aprendermos que sempre que desobedecermos aos mandamentos de Deus seremos levados ao erro. Tenha em mente que a desobediência e a rebeldia lhe transportarão à queda.


Em Cristo,
André Gonçalves.
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