quarta-feira, 29 de junho de 2011

História bíblica – As Igrejas da Ásia [parte 07]

Laodicéia. Ap. 3. 14-22

Elogio: Nenhum;
Crítica: Indiferente;
Instrução: Ser zeloso e arrepender-se;
Promessa: Compartilhar do trono de Deus.

            Novamente se vê o Amem, a Testemunha Fiel e Verdadeira dizer que sabe das obras da sua igreja, pois tudo o que for feito nas trevas será proclamado/revelado à luz do dia (Mc 4.22). A igreja em Laodicéia chegou ao extremo de “se achar”, “se sentir”: “rico sou, estou enriquecido, de nada tenho falta” (v.17).

Como Cristo, além de ser o Amem e a Testemunha Fiel, é também o Princípio da Criação de Deus (v.4), não vê como o homem (I Sm 16.7), o Senhor vê o coração (sentimentos), e esquadrinha-o (Jr 17.10). Ele de antemão diz a igreja: “conheço as tuas obras, que não és frio nem quente.” A crise existencial de arrogância era tanta em Laodicéia, que causou crise até em Jesus: Crise de náuseas. A igreja em Laodicéia não era definida, “estava em cima do muro”, “jogava dos dois lados”, “tinha duas caras”, era como ondas do mar impelidas e agitada pelo vento. No vocábulo de Jesus ela O “enjoava”. Jesus declara a condição que a igreja pensava estar e revela a condição que ela realmente estava: morna, coitada, desgraçada, miserável, pobre, cega e nua. Imaginemos uma pessoa nesta crise. Como pode uma igreja chegar a tal ponto de crise?

Morna: falta de temperatura, destemperado. Aqui Jesus fala em sentido figurado, indicando indecisão, inconstância, mal resolvido. Jesus nos assegura que de uma mesma fonte não pode sair água potável e salgada ao mesmo tempo e não podemos servir a dois senhores, um deles ficará em falta.


  Desgraçada: com falta de graça. Pedro diz que devemos ser bons administradores da multiforme graça de Deus (I Pd 4.10). Paulo diz à Timóteo se fortalecer na graça que há em Jesus Cristo (II Tim 2.1), e diz à Tito que a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens (Tt 2.11), o escritor aos Hebreus diz para nos chegarmos ao trono da graça de Deus e sermos socorridos em momento oportuno (Hb 4.16). Mas a igreja em Laodicéia não tinha graça.


Miserável: com falta de valorização, falta de apreço, vil, muito pobre. João diz que Deus amou o mundo de tal maneira que entregou seu Filho único para salvar o mundo (Jo 3.16-17). Paulo compôs um hino de adoração que diz “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de Deus!Rom. 11.33. Jeremias nos traduz uma mensagem de Deus: Se apartarmos o precioso do vil seremos seu porta-voz (Jr 15.19). A igreja em Laodicéia era miserável, vil.

Pobre: com falta de recursos, falta de sustento. O apóstolo diz que nosso Deus
suprirá todas as nossas necessidades, segundo sua gloriosa riqueza, através de Cristo (Fl 4.19), e “em tudo seremos enriquecidos, para toda a generosidade” II Cor. 9.11. Jesus, entre uma e outra parábola, nos garante os recursos e o sustento de alimentos, vestimentas, quando buscamos Seu reino em primeiro lugar (Lc 12.22-34). A igreja em Laodicéia era espiritualmente pobre, faltava-lhe as riquezas celestiais.

Cega: com falta de visão. Jesus Cristo disse aos discípulos de João Batista que contassem à ele o que tinham visto e ouvido: os cegos vêem (Lc 7.22).
No ministério de Jesus tanto os cegos físicos como os espirituais vêem. Pedro e João diante do Sinédrio contaram o que viram e ofereceram visão espiritual (At 4.20). Jesus disse: “quem me vê, vê aquele que me enviou”. Jo 12.45. A igreja Laodicéia era cega, não enxergando o abismo que se aproxima.

Nua: com falta de roupas, despida, envergonhada. O primeiro casal, quando percebeu sua nudez, se escondeu. Deus, cuidadosamente, fez túnicas de peles para eles (Gn 3.10-21). Pedro, estando nu, vestiu-se com a túnica quando avistou Jesus, ao longe, na praia (Jo 21.7). Um dos sete anjos que derramarão as taças com pragas sobre a humanidade disse: “venho como ladrão, feliz aquele que vigia e guarda suas vestes, para não andar nu, e não se veja a sua vergonha” Ap 16.15. A igreja em Laodicéia estava nua, despida, envergonhada.

Jesus revelou a verdadeira situação da igreja em Laodicéia, pois Ele vê com “olhos como chamas de fogo” (Ap 1.14). Mas junto a esta declaração Jesus dá um conselho (v.18): “Aconselho que de Mim, compres ouro refinado no fogo, para que enriqueças, vestes brancas, para te vestires e não seja mostrado a vergonha da tua nudez, colírio, para ungires os teus olhos para que enxergues”. Diz aquele ditado popular que se conselho fosse bom seria vendido e não dado. Porém Jesus nos dá conselho. Não somente o conselho como também todas as coisas (Rm 8.32), e em boa medida, recalcada, sacudida, transbordante e generosa (Lc 6.38).

Jesus oferece sempre o que é de boa procedência, pois não quer que nos misturemos ao “fermento dos fariseus”. No conselho Ele diz: “...compre de Mim... para enriquecer... para vestir... para curar”.

As crises vieram até Laodicéia quando ela conquistou riquezas estranhas, e foi aí seu empobrecimento. Quando Laodicéia copiou roupas estranhas, da moda, ficou nua, e quando quis colocar coisas estranhas diante de seus olhos percebeu estar cega. E nós? Que tipo de riquezas buscamos conquistar? Que tipo de roupas estamos usando? Que tipo de “colírio” estamos colocando diante de nossos olhos?

Se formos zelosos e arrependidos, ouvirmos a voz de Jesus e abrirmos a porta à Ele, teremos sua companhia e estaremos assentados com Ele, em seu trono. Ap 3. 19-21.


A cidade de Laodicéia.

As ruínas de Laodicéia ficam próximas da vila de Goncali, ao norte de Denizli. O rei selêucida Antíoco II deu esse nome à cidade em homenagem a sua esposa Laodice, da qual ele se divorciou em 253 a.C. As ruínas se encontram em péssimo estado de consevação.
Ao norte de Laodicéia, a uns 10km da cidade, é possível enxergar os espetaculares travertinos brancos das fontes termais de Hierápolis. Hoje em dia, a cortina formada por estalactites e as poças rasas são uma atração turística conhecida como o “Castelo de Algodão” de Pamukkale. As fontes termais de Pamukkale atualmente a água jorra do solo a uma temperatura de 36ºC. A sudeste fica o imponente monte Honaz, que fornecia água fria à cidade de Colossos. Uma vez que Laodicéia que não possuía abastecimento natural, a água tinha de ser trazida por uma aqueduto das fontes termais de Denizli, cerca de 8km de distância.

Dentro de cidade, a água era distribuída por canos de pedra quadrados medindo um metro de lado, perfurados no centro longitudinalmente e cimentados uns aos outros. Vários deles ainda podem ser vistos hoje. Na antiguidade, Laodicéia possuía uma importante escola de farmácia.



Em Cristo,
André Gonçalves.

Bibliografia:
Foto: Termas de Hierápolis (a 10km ao norte de Laodicéia, atual Pamukkale) refletem o por-do-sol.
Plenitude, Bíblia de Estudo – SBB
Nossa Revista – 4º Trimestre 2010 – Buscando respostas de Deus às crises existenciais na atualidade – Editorial CBC
Lawrence, Paul – Atlas histórico e geográfico da Bíblia, pág. 173 – SBB

domingo, 26 de junho de 2011

História bíblica – As Igrejas da Ásia [parte 06]

Filadélfia. Ap. 3. 07-13

Elogio: Persevera na fé;
Crítica: Nenhuma;
Instrução: Manter a fé;
Promessa: Um lugar na presença de Deus, um novo nome e a Nova Jerusalém.

            A igreja de Filadélfia tinha uma porta aberta e segura, pois ninguém a poderia fechar (v.8a). Isso se deve a sua fidelidade e obediência à Palavra e ao bom nome de Jesus (v.8,10), o que consequentemente provocou o cuidado e o amor de Jesus (v.9) por esta igreja.

            Jesus conhecia as crises vividas por Filadélfia, e também sua atenção dedicada a Jesus, e assim assegurou protegê-la durante a tribulação que prestes chegaria a todo o mundo (v.10). Filadélfia tinha crises de pouca força (v.8b), mas recebia poder, segundo a força da gloria de Cristo (Col. 1.11), para se manter obediente a Palavra e não negar o Nome que é sobre todo nome (Fil.2.9).

            Em meio as crises vividas por Filadélfia, Jesus percebeu alguma conquista, pois lhe disse: “guarda o que tens” (v.11). Se nós, como igreja atual, temos conquistas adquiridas nas batalhas da vida, devemos guardar e conservar, pois é valorizado por Jesus. Não guardar status, aparência de viva e estar morta, mas guardar a Palavra do Seu Testemunho (I Jo. 5.7), guardar o que Ele nos ensinou (Jo. 14. 15,21) e assim, permanecendo fiéis, obedientes, perseverantes e zelosos, seremos vitoriosos na batalha contra as crises existenciais do mal, e Jesus nos fará coluna no Templo de Deus e receberemos seu nome (v.12).

A cidade de Filadélfia.

A sexta igreja ficava em Filadélfia, atual cidade turca de Alasehir. Filadélfia foi fundada como posto avançado de Pérgamo em 189 a.C. Como em tiatira, as únicas testemunhas de seu passado cristão são as ruínas de uma igreja bizantina.



Em Cristo,
André Gonçalves.

Bibliografia:
Plenitude, Bíblia de Estudo – SBB
Nossa Revista – 4º Trimestre 2010 – Buscando respostas de Deus às crises existenciais na atualidade – Editorial CBC
Lawrence, Paul – Atlas histórico e geográfico da Bíblia, pág. 173 – SBB

quinta-feira, 23 de junho de 2011

História bíblica – As Igrejas da Ásia [parte 05]

Sardes. Ap. 3. 01-06

Elogio: Alguns tem mantido a fé;
Crítica: Uma igreja morta;
Instrução: Arrepender-se, fortalecer o que resta;
Promessa: Os fiéis serão honrados e vestidos de branco.
           
            Às demais igrejas da Ásia Jesus disse conhecer algumas de suas boas obras e citava-as. A igreja de Sardes não possuia boas obras, apenas alguns que não haviam contaminado suas vestes. A igreja de Sardes tinha nome (reputação). Nome de que estava viva mas estava morta. Morta diante do autor da vida? (At 3. 15)
           
            Aos olhos do mundo muitas denominações ostentam a fama de estarem vivas, pois realizam shows à vaidade, negociam curas, milagres e profecias e até usam a Bíblia para citar um texto fora de contexto, criando pretextos para facilitar suas “doutrinas do Deus não se importa”, mas Seu Noivo não a reconhece como Sua (Mt 7. 22-23)

            Jesus Cristo prometeu resolver as crises em Sardes quando esta estivesse disposta a lembrar do que tinha recebido e ouvido, obedecendo e com sentimentos de arrependimento (Ap 3.3) e contrição. A igreja em Sardes sabia do que havia recebido, bastava lembrar e guardar (praticar), pois havia ali algumas pessoas que não se tinham contaminado (Ap 3.4), logo serviriam tambem de testemunhas de fidelidade.

            Aos que não cederem às crises, ou não se contaminarem, Jesus promete vestes brancas, andar com Ele e ter seu nome reconhecido diante de Deus (Ap. 3. 4-5)

            O que vale mais: reconhecimento dos homens ou o reconhecimento de Deus? (Jó 1. 1, 8). O que nos importa mais: obedecermos a Deus ou aos homens? (At 4. 18-20). Tem a igreja de hoje a dignidade de andar com Ele? De zelar pelas suas vestes? De zelar por seu bom nome? Do contrario Jesus apagará seu nome do Livro da Vida, não reconhecerá seu nome diante de Deus, não dará vestes brancas e não permitirá sua companhia com Ele (Ap. 3. 4-5), ou seja, seremos banidos de sua presença, e a crise será maior ainda, não tendo mais solução para os que permanecerem na injustiça (Ap. 22.11).

A cidade de Sardes.

A quinta igreja ficava em Sardes, atual vila turca de Sart, junto à estrada de Izmir a Ankara, perto de Salihli, na província de Manisa. Uma inscrição em lídio e aramaico encontrada em Sardes e datada do século IV a.C. traz o nome de Sefarade, mencionado em Obadias 20. Esse termo deu origem à designação “sefárdico”, usada para os judeus da península Ibérica e norte da África que, como Sardes, eram considerados lugares a noroeste de Jerusalém.

Sardes era a capital do reino antigo de Lídia. Durante o reinado de Giges (680-644 a.C.), um soberano lídio, descobriu-se ouro no rio Pactolus (Sart Çayi) que atravessa Sardes e os lídios foram o primeiro povo do mundo a cunhar moedas de ouro, prata e electro (liga composta de ouro e prata).


Em Cristo,
André Gonçalves.


Bibliografia:
Foto: Mosaico do pátio da sinagoga de Sardes, datado do século IV d.C.
Plenitude, Bíblia de Estudo – SBB
Nossa Revista – 4º Trimestre 2010 – Buscando respostas de Deus às crises existenciais na atualidade – Editorial CBC
Lawrence, Paul – Atlas histórico e geográfico da Bíblia, pág. 172 – SBB

segunda-feira, 13 de junho de 2011

História bíblica – As Igrejas da Ásia [parte 04]

Tiatira. Ap. 2. 18-29

Elogio: Caridade, serviço, fé e paciência são maiores que antes;
Crítica: Toleram o culto idólatra e a imoralidade;
Instrução: A chegada do julgamento, manter a fé;
Promessa: Domínio sobre as nações, a estrela da manhã.

    Ao que parece, em primeira análise, Tiatira tinha crises semelhantes às das igrejas em Éfeso e Pérgamo: Insinuações aos sacrifícios de idolatria e impureza sexual. Éfeso, porém, aborrecia as obras dos nicolaítas, o que não acontecia em Tiatira. Pelo contrário, era tolerado a mesma digestão de ensino e engano aos sacrifícios de idolatria e prostituição, agora através de uma tal de “profetiza Jezabel”, que se dizia ser profetiza mas ensinava engano. Não nos parece semelhante aos nossos dias aquelas que se dizem “profetizas” e vem profetizando engano, promiscuidade e sacrifícios de idolatria, através de inúmeras “simpatias evangélicas” atuais.
    Os nomes dos causadores das crises agora muda, não se fala mais de Balaão ou Nicolaítas, mas de Jezabel – mulher que se diz profetiza. A crise é a mesma: Engano, mentira, tolerância ao pecado, sacrifícios de idolatria e prostituição.

    O que seriam hoje, na igreja, sacrifícios de idolatria e prostituição? Lembramos alguns ensinos do mestre Jesus, que é profeta perfeito e poderoso em palavras (Lc. 24.19). Jesus disse que até mesmo quem pensar com “segundas intenções” para uma mulher já havia cometido adultério e ainda se nossos olhos nos levam ao pecado devemos “arrancá-los” de onde estiverem fixos (Mt 5.27-29), pois a candeia, ou seja, a luz do corpo são os olhos, e se estes olhos estiverem em escuridão, levará todo o corpo à escuridão (Lc 11. 34-35). Não será isto que acontece hoje quando assistimos novelas, filmes, revistas de fofocas, vídeos e imagens indecentes, relacionamentos via internet e demais literaturas espúrias?

    Não precisamos comprar ou pagar por esse tipo de literatura ou entretenimentos. Podemos conseguir gratuitamente na “banca da dona Jezabel”, ou no TELEVIzinho Balaão, ou ainda na internet gratuita , basta acessar no site “nicolaítas.satã.mundo”. Se nossos olhos nos fazem escândalo, lhos arranquemos diante dessas coisas, enquanto há tempo (Is 55.6). Se nossos pés nos fazem tropeçar, fujamos diante das ciladas, como fez José (Gn 39. 10-12). É melhor a aparência de covardia, para salvar nossa vida do que coragem irresponsável, que nos leve à morte. Se nosso coração é reto diante de Deus mas a carne é fraca, busquemos fortaleza em Deus que tem nos dado tempo para arrependimento (At. 2.21) e socorro aos tentados (Hb. 2.18), pois não permitirá tentação acima do que podemos suportar (I Cor. 10.13), cumpre à nós dominar nossas paixões (Gn 4.7) e, nos cuidarmos para estando firmes não cairmos (I Cor. 10.12), pois, do contrário, o que foi sentenciado á igreja em Tiatira recairá sobre nós (Ap. 2. 22-23).


A cidade de Tiatira.

    Tiatira é hoje a atual cidade de Akhisar, na Turquia. De certa forma, é irônico que a mais longa das sete cartas seja endereçada à cidade sobre a qual sabemos menos.

    Na antiguidade, Tiatira era conhecida pela manufatura de tecido de cor púrpura. A tintura, obtida de uma planta chamada garança, ainda era usada em Akhisar no final do século XIX. Em Filipos, no norte da Grécia, Paulo conheceu uma mulher de Tiatira chamada Lídia que era comerciante de tecido púrpura.
    Outra atividade econômica importante da cidade era a manufatura de bronze polido. Várias atividades comerciais eram desenvolvidas na cidade e a filiação a uma associação profissional normalmente implicava a participação em cultos pagãos e seus rituais imorais.
Há poucos vestígios da cidade antiga de Tiatira. As únicas testemunhas de seu passado cristão são as ruínas de uma igreja bizantina.

Em Cristo,
André Gonçalves.

Bibliografia:
Plenitude, Bíblia de Estudo – SBB
Nossa Revista – 4º Trimestre 2010 – Buscando respostas de Deus às crises existenciais na atualidade – Editorial CBC
Lawrence, Paul – Atlas histórico e geográfico da Bíblia, pág. 172 – SBB

segunda-feira, 6 de junho de 2011

História Bíblica – As Igrejas da Ásia [parte 03]

Pérgamo. Ap. 2. 12-17

Elogio: Mantem a fé em Cristo;
Crítica: Tolera a imoralidade, a idolatria e heresias;
Instrução: Arrepender-se;
Promessa: O maná escondido e uma pedra branca com um novo nome.

    À igreja localizada em Pérgamo, Jesus diz que conhece sua localização, reconhece suas obras e fé. A advertência de Jesus está em que a igreja tolerava, permitia, consentia os que seguiam as doutrinas de Balaão e dos Nicolaítas. Não eram apenas usos e costumes ou cultura regional, eram doutrinas de demônios, pois deixaram com que o “trono de satanás” ditasse doutrinas à noiva do Cordeiro
   Doutrina de Balaão: Eram tropeços e atrasos no povo, sacrifícios de idolatria e prostituição. (Ap. 2.14b; Nm 31.15-16 25.1-9)
  
    Doutrina dos Nicolaítas: Consistia nas mesmas práticas da doutrina de Balaão, que era a tolerância da imoralidade sexual como diversão e satisfação do corpo não sendo fator de interferência ou ofensa para a salvação ou santidade. A tradição da época dizia que os nicolaítas derivavam das doutrinas de Nicolau, um prosélito* de Antioquia, que havia se convertido ao cristianismo e seria escolhido como um dos sete diáconos da Igreja Primitiva (At 6.5). Nicolau teria se deixado seduzir pelo sincretismo religioso da época e aderido às práticas do gnosticismo, paganismo e libertinagem muito comum na época e na região onde estava o “trono de satanás”.
  
    Infelizmente, ainda hoje, se vê a doutrina dos Nicolaítas e de Balaão tentando entrada na Igreja de Cristo, pois atualmente, o mundo também jaz no maligno (I Jo 5.19). Em certas denominações, que se intitulam igreja de Cristo, ainda há tolerância a estas práticas. Tolerância à imoralidade sexual (relacionamentos conjugais ilícitos, adultérios, shows musicais com promiscuidade e indecência), “profetadas de Balaão” com intenções de ganho financeiro, status e ganho da simpatia de incautos. Tolerância à idolatrias (idolatrias e fanatismos político-partidários, esportivo, ao corpo e às vaidades, festas pagãs, etc).
  
    Se ainda estamos de pé (I Cor. 10.12) cuidemos para não cairmos nestas, e outras doutrinas que geram crises existências na Noiva, que já deve estar adereçada para o encontro do Noivo (Ap 19.7).

A cidade de Pérgamo.

    A cidade de Pérgamo ficava no interior, onde se localiza hoje a cidade turca de Bérgara. A cidadela de Pérgamo foi construída sobre um monte de forma cônica que se eleva cerca de 300m acima do vale ao seu redor. A cidadela abrigava o palácio e o arsenal dos reis da dinastia atálida dos séculos III e II a.C. Em Pérgamo também ficava a famosa biblioteca fundada no inicio do reinado de Eumenes II (197-159 a.C.) que continha cerca de duzentos mil rolos.
   
    Havia uma rivalidade intensa entre Pérgamo e a famosa biblioteca de Alexandria, no Egito, fundada por Ptolomeu I em 295 a.C. Quando os governadores do Egito helenista proibiram a exportação de papiro, Pérgamo desenvolveu seu próprio material de escrita a partir de pele de ovelhas, bodes e outros animais, que era transformada em folhas finas que eram polidas com óxido de cálcio. Por causa de Pérgamo, esse material ver a ser chamado de “pergaminho”.
   
    Antônio saqueou a biblioteca de Pérgamo e entregou seu acervo como presente a Cleópatra em 41 a.C. para repor os livros da biblioteca de Alexandria, incendiada durante a companha de Júlio César.
   
    Em 133 a.C., Átalo III morreu sem filhos e deixou todo o seu reino como herança para os romanos, então em ascensão. Eles o transformaram na capital de uma província imperial recém constituída, chamada de Ásia. O centro administrativo da Ásia permaneceu em Pérgamo até ser transferido para Éfeso por Adriano em 129 a.C.
   
    O teatro de Pérgamo foi construído durante o reinado de Eumenes II (197-159 a.C.). Escavado na encosta de um monte, abrigava dez mil espectadores em oitenta fileiras de assentos e era o teatro mais íngreme do mundo antigo.

* Prosélito: Gentio que converte-se a religião judaica.




Em Cristo,
André Gonçalves.

Bibliografia:
Foto: Teatro de Pérgamo
Plenitude, Bíblia de Estudo – SBB
Nossa Revista – 4º Trimestre 2010 – Buscando respostas de Deus às crises existenciais na atualidade – Editorial CBC
Lawrence, Paul – Atlas histórico e geográfico da Bíblia, pág. 170 – 171 – SBB
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