segunda-feira, 31 de outubro de 2011

31 de outubro – 494º Aniversario da Reforma Protestante.

No cárcere, sentenciado pelo papa a ser queimado vivo João Huss disse: “Podem matar o ganso [em alemão, sua língua natal, huss é ganso], mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar”.

            Enquanto caía a neve e o vento frio uivava como fera em redor da casa, nascia esse “cisne” em Eisleben, Alemanha. No dia seguinte, o recém-nascido era batizado na igreja de São Pedro e São Paulo. Como era dia de São Martinho, recebeu o nome de Martinho Lutero.

            Cento e dois anos depois de João Huss expirar na fogueira, o “cisne” afixou, na porta da igreja em Wittenberg, as suas noventa e cinco teses contra as indulgências, ato que gerou a Grande Reforma.

            Wyclif, “a estrela da alva da Reforma”, traduzira a Bíblia para a língua inglesa. João Huss, discípulo de Wyclif, morrera na fogueira, na Boêmia, suplicando ao Senhor que perdoasse os seus perseguidores. Jerônimo de Praga, companheiro de Huss e também erudito, sofrera o mesmo suplício, cantando hinos, nas chamas, até o último suspiro. João Wessália, notável pregador de Erfurt, fora preso por ensinar que a salvação é pela graça, seu frágil corpo fora metido entre ferros, onde morreu quatro anos antes do nascimento de Lutero. Na Itália, quinze anos depois de Lutero nascer, Savonarola, homem dedicado a Deus e fiel pregador da Palavra, foi enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da igreja romana. Em tempos assim, nasceu Martinho Lutero.

            Aos 18 anos, Martinho ansiava estudar numa universidade. Seu pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Eufurt, o centro intelectual do país, onde cursavam mais de mil estudantes. O moço estudou com tanto afinco que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel em filosofia. Com a idade de 21 anos, alcançou o segundo grau acadêmico e o de doutor em filosofia. Os estudantes, professores e autoridades prestaram-lhe significativa homenagem.

            Mas a alma de Lutero suspirava por Deus, acima de todas as coisas. Vários acontecimentos influenciaram-no a entrar para a vida monástica, passo que entristeceu profundamente seu pai e horrorizou seus companheiros de universidade.

            Primeiro, achou na biblioteca o maravilhoso Livro dos livros, a Bíblia completa, em latim. Até aquela ocasião, supunha que as pequenas porções escolhidas pela igreja para serem lidas aos domingos constituíssem o todo da Palavra de Deus. Depois de uma longa leitura, exclamou: ‘Oh! Se a Providência me desse um livro como este, só para mim!” Continuando a ler as Escrituras, seu coração começou a perceber a luz, e sua alma a sentir ainda mais sede de Deus.

            Para Lutero, a salvação da sua alma ultrapassava qualquer outro anelo.

            Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou, à porta da Igreja do Castelo, em Wittenberg, as suas 95 teses, cujo teor resume-se em que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado, e não a penitência. Lutero as afixou para um debate público, na porta de igreja, como era costume nesse tempo. Mas as proposições, escritas em latim, foram logo traduzidas para o alemão, holandês e espanhol. Antes de decorrido um mês, para surpresa de Lutero, já estavam na Itália, fazendo estremecer os alicerces do velho edifício de Roma. Foi do ato de pregar em lugar público as 95 teses que nasceu a Reforma, isto é, que tomou forma o grande movimento de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus.

            494 anos se passaram, e hoje fica a pergunta: Há necessidade de uma nova Reforma Protestante? Acredito que hoje há sim a necessidade de uma nova reforma, mas esta deve partir de dentro do coração de cada um que se diz cristão. É hora de rever conceitos, voltar ao simples, novo e antigo Evangelho da cruz.


Em Cristo,
André Gonçalves.


Bibliografia:
Boyer, Orlando – Heróis da Fé – CPAD.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Aprendi a amar...

    Certa vez alguém me disse que aprendemos amar através da convivência, e é verdade. Vou falar da vida cristã, onde por mais incrível que isto pareça, em nosso meio (cristão) está se perdendo esta essência.

    Quando era bem pequeno fui instruído a temer a Deus. Lembro-me que a noite antes de dormir, dobrava meus joelhos a beira da cama e repetia as palavras que minha mãe dirigia na oração. Fui instruído a agradecer pelo alimento e providência divina. Ainda quando criança fui aluno assíduo da Escola Bíblica Dominical.

    Este é um legado que carrego comigo como um particular tesouro. Sou grato a Deus pela educação cristã que tive ainda quando menino. Dt. 6. 6-7 / Pv. 22.6

    Sempre me recordo das pessoas que no passado me ajudaram muito a não sair dos caminhos do Senhor. Pessoas que se preocuparam comigo, me ajudaram na oração e me aconselharam.

    Agora já bem crescido, sigo nos caminhos do Senhor (Sl 85. 13), e com o passar dos anos vamos nos aproximando cada vez de nosso Deus, conhecendo-o através de sua Palavra, a qual aprendi a amar. Foi e é nela que tenho sido edificado a cada dia, seja na casa de Deus, seja na leitura diária ou no culto doméstico. Meditar na Palavra do Senhor para mim tem sido o maior refrigério.

    Aprendi a amar a Casa de Deus, e isto só conseguimos quando a visitamos frequentemente. Aprendi neste lugar a prestar o meu culto racional (Rm 12. 1-2), a louvar o seu nome (Sl 106. 1). Nesta casa também treinei meus ouvidos a ouvir a voz do Senhor, e a abrir meu coração para receber sua Palavra. Ir à Casa de Deus com o coração fechado é sinônimo de voltar para casa amargurado e vazio (Sl 51. 17b).

    Aprendi a amar a Escola Bíblica Dominical. Nela tenho sido grandemente edificado, instruído a meditar na Palavra de Deus, a examinar as Escrituras (Jo. 5.39). Quando abrimos nosso coração para a Palavra de Deus, conseguimos tirar de nossos olhos a cegueira espiritual, e aprendemos a julgar segundo a Palavra (Jo. 7.24), discernir os espíritos (I Jo. 4.1) e tudo mais (I Cor. 2. 14-15).

    Então porque não me aproximar de Deus? Não temer o Seu Nome? Devo sim em todos meus dias buscar a face do Senhor (Sl 105.4). Não despreze um momento com Deus, aprenda amá-Lo.

    Pense nisto.

Em Cristo,
André Gonçalves.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Examinai as Escrituras.

Examinai as Escrituras, pois é ela que testifica acerca do Filho de Deus (João 5.39);
Examinai as Escrituras, para conhecer a Palavra de Deus e o Deus da Palavra (Juízes 2. 7-8, 10);
Examinai as Escrituras, para não cair no conto de que o cristão não pode julgar (João 7.24/ I João 4. 1, 6);
Examinai as Escrituras, para não cair no conto do evangelho da prosperidade (Mateus  6.25/ Lucas 3.14);
Examinai as Escrituras, para não cair nos modismos pentecostais contemporâneos e ir além do que está escrito (I Coríntios 4.6);
Examinai as Escrituras, para não deixar de exaltar a Deus e exaltar o homem (I Coríntios 1.31);
Examinai as Escrituras, para não ousar em determinar e exigir algo da parte de Deus (Mateus 6. 9-10/ 26. 39,42/ I João 5.14);
Examinai as Escrituras, para não colocar o seu desejo acima da vontade de Deus (Tiago 4. 13-15)
Examinai as Escrituras, para não cair no conto das novas unções (I João 2.7);
Examinai as Escrituras, para sujeitai-vos a Deus (Tiago 4.7);
Examinai as Escrituras, para não adentrar pela unção do cair no espírito (Romanos 12.1)
Examinai as Escrituras, para prestar o perfeito louvor ao nosso Deus (João 4.23);
Examinai as Escrituras, para louvar a Deus, e não compor musicas para o Diabo ouvir (Judas vs9).

“Examinai as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”. João 5.39


Em Cristo,
André Gonçalves.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Josué e os gibeonitas.

Texto Bíblico: Josué 9

            Aos leitores das Escrituras, o livro de Josué já é bastante conhecido, e a história relatada no capítulo 9 do referido livro também. Porém nesta passagem me chama a atenção o que está escrito no v. 14: “Então, aqueles homens israelitas tomaram da sua provisão e não pediram conselho à boca do Senhor”.

            Josué até aquele momento já havia conquistado nações, e as vitórias trouxeram-lhe experiência tanto na guerra como na administração frente ao povo israelita. O fato é que as vitórias só foram conquistadas porque Deus estava à frente de Josué e do povo. Negligenciar a providência divina agora custaria ser enganado pelos gibeonitas.
 
            O capítulo em questão nos deixa grandes lições, nas quais observamos que a aparência não é tudo. Deus havia ordenado a Moisés ainda antes de adentrarem na terra prometida, para possuir toda a terra e destruir os moradores que havia nela (Dt. 7. 1-2), e os gibeonitas temerosos pelas notícias que chegavam até eles sobre as conquistas israelitas, temeram por suas vidas (Js. 9.24) e por isto armaram um astuto plano para enganar Josué, dizendo que eram de uma terra muito distante, porém residiam aproximadamente 35km de distância dos israelitas.

            O fato é que Josué nesta oportunidade não consultou ao Senhor, como nas outras conquistas, e também se deixou influenciar pelos seus companheiros. Talvez as experiências adquiridas fizessem de Josué um homem destemido e seguro de suas ações, mas ignorar a palavra de Deus custou-lhe proteger um povo ao qual Deus havia dado ordens para destruí-lo (Dt. 7. 1-2).

            Por mais experiente que seja uma pessoa (cristã em especial), jamais se deve tomar atitudes sem antes entregar tudo nas mãos de Deus, o qual tudo sabe, tudo vê, e sabe qual será nosso passo amanhã. Por isto devemos sim, em tudo, colocar nossos planos nas mãos de Deus. Como diz parte da letra do hino 547 do Cantor Cristão, “as nossas ações e palavras dão ceifa de trevas ou luz”!


Em Cristo,
André Gonçalves.

sábado, 8 de outubro de 2011

O modismo de ser “gospel”

Nunca na história nosso país esteve tão religioso e tão mundano. A moda é ser “gospel” (inglês = evangelho/evangélico). Você já notou que as “celebridades” ímpias estão fazendo de tudo para agradar seus seguidores? Já notou que eles agora seguem uma linha estratégica de ganhar a atenção de todos? Inclusive dos cristãos desavisados e ingênuos? Pois é, a cada dia o que mais vejo são artistas, desportistas, e demais celebridades dos flash’s aderindo o movimento gospel.

Tem igreja para todo o tipo e gosto, desde para os adeptos do movimento GLSBTXYWZ... até surfistas, lutadores, roqueiros, funkeiros, sambistas, etc, etc. Tem até igreja com nome de caverna! Existe até cantores que estão mudando para o gênero gospel apenas porque o “gospel” está em a$cen$ão.

Amados, se tudo isso levasse verdadeiramente a Deus, e o povo ao arrependimento, excelente! Mas as pessoas continuam do mesmo jeito, praticando os mesmos atos pecaminosos, não há mudança. E conversão é mudança de vida, ou seja, antes pecador agora redimido, lavado, perdoado, edificado e consagrado para toda a boa obra. II Tim. 3.17

Já não existe mais culto e sim reuniões, a adoração outrora para Deus, agora para o artista. Amados, o povo precisa é de Palavra, caso contrário irá cada vez mais se corromper. O mundo jaz no maligno, porem a igreja de Cristo, como diz o significado da palavra no original, é tirada para fora. Estamos neste mundo, mas não pertencemos a ele, por isso os fieis são diferente (João 17. 14-19). Precisa-se é voltar ao Evangelho da cruz. Lam. 5.21

Para quem tem um pouquinho de conhecimento das verdades das Sagradas Escrituras, conhecem o rumor de longe. Estamos em grande luta contra o nosso inimigo, que anda em derredor rugindo como um leão buscando a quem possa tragar (I Pedro 5.8). Então é hora de atentarmos para a Palavra, e não nos deixarmos levar pela emoção do pseudo cristianismo moderno (I João 2.7).

Quem dera todos os cristãos seguissem os exemplos contidos na Palavra de Deus. Na igreja primitiva houve um grupo de irmãos que foram considerados nobres, não pelos bens que possuíam e tão pouco pela fama, mas porque examinavam as Escrituras a cada dia (At. 17. 10-11).


"Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade." II Timóteo 2.19


Em Cristo,
André Gonçalves.
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