segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Recomendo! [Indicação literária]




"Teologia Arminiana: Mitos e Realidades" é um livro envolvente que permite a entrada do leitor na compreensão dos sistemas teológicos de cunho arminiano e calvinista. Escrito por um erudito e arminiano militante, Roger Olson tem como objetivo resgatar o arminianismo clássico e desmistificar certas caricaturas que foram construídas ao longo do tempo. A Teologia Arminiana sempre foi encarada por muitos reformados calvinistas como uma teologia herética, centrada na antropologia e assim considerada semipelagiana. Diante destas acusações, Olson levanta a voz denunciando tais injustiças e propagando que determinados conceitos foram mal compreendidos ou usados de maneira pejorativa e leviana. Partindo dos cinco pontos do calvinismo, a TULIP, Olson apresenta as objeções de Jacó Armínio com clareza e leva o leitor a se posicionar perante conceitos fundamentais da teologia cristã. Soberania, Predestinação, Livre-Arbítrio, Soteriologia e o Caráter de Deus são conceitos intrigantes, que nos movem a ler esta obra de suma importância para o desenvolvimento teológico.

Linck da editora:
https://ssl5921.websiteseguro.com/editorareflexao1/Site.aspx/Produto/356-TEOLOGIA-ARMINIANA-MITOS-E-REALIDADES?store=1




Em Cristo,
André Gonçalves.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Esperança... [parte 3]

Salmos 90

Sl. 90. 11-12. O homem de Deus se maravilha com o pode da ira divina e se pergunta: Quem pode temer ao Senhor de modo adequado diante da imensidão da cólera do Senhor? Uma coisa é certa: a ira de Deus deveria nos levar a valorizar todos os dias de nossa vida e a gastar cada momento em obediência ao Senhor, de tal forma que esse viver piedoso tenha valor para toda a eternidade.

Sl. 90. 13-14. Moisés implora ao Senhor que volte e demonstre compaixão pelo seu povo. Porventura o Senhor ficaria irado para sempre? Porque não demonstrava compaixão, para que pudesse viver o restante de seus dias com um pouco de tranquilidade e alegria?

Sl. 90. 15-16. Moisés pede "equivalência de tempo", isto é, que o Senhor concedesse tantos anos de alegria a Israel quantos os anos de aflição e adversidade que enfrentaram. O povo já conhecia o poder do julgamento de Deus, agora, porém, desejava conhecer a outra face do poder do Senhor, a saber, suas obras de misericórdia.

Sl. 90. 17. Ao final, o salmista pede que o Senhor favoreça seu povo terreno e o faça prosperar em todos os seus esforços: "sim, confirma a obra das nossas mãos".
O salmo 90 tem sido considerado, tradicionalmente, a leitura preferida nos funerais cristãos, e com razão pois chama atenção para a brevidade da vida e para a necessidade de aproveitarmos o tempo e as oportunidades. Entretanto, o salmo não apresenta o mesmo nível de consolo e confiança que o NT, no qual Cristo trouxe "vida e imortalidade por meio do evangelho". Hoje sabemos que a morte é lucro, pois deixaremos este corpo para viver com Jesus. A perspectiva sombria desse salmo deve, portanto, ser substituída pela alegria e esperança de vitória em Cristo, pois a morte perdeu o poder de triunfar. O cristão contemporâneo pode cantar:

A morte foi vencida! Cantem com júbilo, todos os fiéis.
Onde está tua vitória, ó sepultura cheia de vanglória?
Jesus vive! Teus portais não mais se alegram,
Jesus vive, forte e poderoso para salvar.
                                                                      Fanny J. Crosby



Em Cristo,
André Gonçalves.


Bibliografia:
McDonald - Willian. Comentário Bíblico Popular AT, pág. 464.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Esperança... [parte 2]

Salmos 90


Para poder explicar este salmo é preciso que nossa imaginação navegue ao cenário do Sinai.

Estamos no deserto do Sinai, anos após o relatório desanimador dos espias em Cades-Barneia. O povo se encontrava vagando sem destino pelo deserto, uma situação totalmente inútil.

Toda manhã, um mensageiro vem à tende da Moisés trazendo um relatório sobre as condições do acampamento: mortes, muitas mortes. As notícias mais comuns se referem a obituários. O deserto havia se tornado um enorme cemitério. Cada vez que o povo levantava acampamento, deixava atrás de si uma multidão de sepulturas.

Nesse dia em particular, Moisés, homem de Deus, entrou em desespero. Angustiado com a quantidade de mortos, o ancião se recolhe a sua tenda e, prostrado com rosto em terra, apresenta essa oração perante o Senhor.

Sl. 90. 1-2. Em meio a tantas mortes e à transitoriedade da vida, Moisés encontra consolo na eternidade do Senhor. Embora tudo o mais definhe e desapareça, Deus é imutável e refúgio seguro para seu povo. De eternidade a eternidade, ele é Deus "infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade".

Sl. 90. 3-4. Moisés contrasta a eternidade de Deus com a brevidade do ser humano. Tem-se a impressão de que, todos os dias, Deus ordena à vida: "tornai ao pó", como quem força uma linha infinita a lançar-se para dentro da sepultura. Para o Eterno, os quase mil anos de idade dos primeiros seres humanos caídos são apenas como o dia de ontem em sua memória.

Sl. 90. 5-6. Para Moisés, a vida humana se parece com um sono: o indivíduo dorme, sonha e acorda no dia seguinte sem consciência da passagem do tempo. Ou, por meio de outra ilustração, a vida é como a relva que floresce fresca e verde pela manhã, porém murcha e seca no final da tarde.

Sl. 90. 7-10. Embora a morte seja resultado da entrada do pecado no mundo, Moisés percebe que aquelas mortes no deserto representavam um julgamento especial da parte de Deus. Todos os homens que saíram do Egito cuja idade fosse superior a vinte anos deveriam morrer antes do povo chegar a Canaã. O soar dos sinos da morte era um sinal da ira de Deus contra seu povo, pois havia acreditado no relatório negativo dos espias, em vez de marchar rumo à conquista de Canaã, conforme propuseram Josué e Calebe. As iniquidades e os pecados ocultos do povo estavam sempre diante do Senhor como uma úlcera inflamada que não sara. Consequentemente, os israelitas viviam sob as nuvens escuras da indignação de Deus e varridos pelos vagalhões da ira divina. É verdade que alguns conseguiram atingir os setenta ou oitenta anos de idade, porém, mesmo nesses casos, era uma vida desagradável, cheia de doenças, cansaços e aborrecimentos, e logo morriam.

Continua no próximo post...


Em Cristo,
André Gonçalves.



Bibliografia:
MacDonald - William. Comentário Bíblico Popular AT, pág. 463,464.
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