quarta-feira, 29 de maio de 2013

Teologia Sistemática – A Revelação.

Outro pressuposto fundamental da Teologia evangélica é a revelação. Se Deus não se mostrou, como poderia ser conhecido por nós? Mas Deus escolheu apresentar-se a nós, e a este ato de descobrir-se a si mesmo chamamos de revelação.

A revelação divina não é possível sem que, pelo menos, três elementos fundamentais estejam firmados:


1 – A existência de um Ser capaz de passar uma revelação;
2 – A existência de um ser capaz de receber uma revelação;
3 – A existência de um meio por intermédio do qual esta revelação possa ser transmitida.

1 – Um Deus Teísta¹ é capaz de transmitir sua revelação.
Como existem boas razões para crermos na existência de um Deus teísta, o primeiro pressuposto para a revelação divina é uma realidade. O Deus teísta é onisciente (sabe todas as coisas) e, portanto, tem a verdade a revelar. Além disso, Ele é onipotente (é detentor de todo o poder) e, dessa forma, tem a capacidade de criar meios para revelar esta verdade.

2 – Os seres humanos são capazes de receber esta revelação.
De acordo com a Bíblia, os seres humanos foram criados à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27) e, portanto, são parecidos com Ele no sentido de que são seres racionais e morais. Seres assim têm a capacidade de receber uma revelação racional e moral da parte de Deus. A Teologia evangélica afirma que esta revelação pode ser encontrada tanto na natureza (Rm 1.19,20) quanto na Bíblia (2 Tm 3.16,17). Portanto, é suficiente demonstrar que uma revelação entre um Deus infinito e um homem finito é, de fato, possível.

3 – O meio pelo qual a revelação é possível.
Para que uma Mente infinita possa se comunicar com mentes finitas, é preciso que alguns quesitos sejam atendidos. Inicialmente, é preciso haver um princípio racional comum a ambas as partes. Como pode ser mostrado que as leis básicas da razão estão baseadas na natureza de Deus (que é o Ser racional por excelência), elas são comuns tanto a Deus quanto às criaturas finitas. Assim, uma condição necessária para a revelação divina já foi atendida.
Além disso, já que tanto o sentido objetivo quanto a verdade objetiva são possíveis, temos atendida outra condição necessária. E o fato de haver uma analogia entre Deus e a criação mostra que a comunicação entre uma Mente infinita e uma finita é possível. Fica também demonstrado que pode haver similaridade entre o entendimento de Deus e o dos humanos criados a sua imagem e semelhança. Sendo este o caso, todas as condições básicas necessárias para a revelação divina estão atendidas.
A condição suficiente para a revelação divina, obviamente, é a vontade de Deus.

Os crentes crêem que a Bíblia é essencial tanto para a organização do pensamento sistemático quanto para a Apologética, pois a Palavra de Deus revelada é a nossa norma de fé e prática. A revelação é essencial para o pensamento humano. Na verdade, o uso mais elevado da razão humana está em amar o Senhor de “todo o nosso pensamento” (cf. Mt 22.37).


Em Cristo,
André Gonçalves.


¹ Teísmo – Existe um Deus infinito e pessoal que vai além do universo, que é o seu criador, o seu sustentador, e que pode agir dentro deste universo de maneira sobrenatural.


Bibliografia:
Geisler – Norman – Teologia Sistemática – CPAD – vol. 1, pág. 59, 60, 64, 65, 72.

domingo, 5 de maio de 2013

Teologia Sistemática – Os Milagres.


A Teologia evangélica está edificada sobre o sobrenatural. O nascimento virginal de Cristo, o seu ministério cheio de milagres, a sua ressurreição física dos mortos e a sua ascensão corpórea ao céu são apenas alguns dos numerosos milagres essenciais para o Cristianismo bíblico. O sobrenatural é um pressuposto tão importante para a teologia ortodoxa que, sem ele, o Cristianismo histórico ruiria. “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (I Cor. 15.14)

Cada uma das palavras que referem a ventos sobrenaturais (sinal, maravilha e poder) delineia um aspecto do milagre. Um milagre é um evento incomum (maravilha) que transmite e confirma uma mensagem incomum (sinal) por intermédio de uma habilidade incomum (poder). Do ponto de vista divino, o milagre é um ato de Deus (poder) que atrai a atenção do povo de Deus (maravilha) para a Palavra de Deus (por meio de um sinal). Estas palavras designam, respectivamente, a “fonte” (o poder de Deus), a “natureza” (maravilha, incomum) e o “propósito” (sinalizar algo que vai além do fato em si) de um milagre. Eles são normalmente utilizados como sinais para confirmar um sermão, como maravilhas para verificar as palavras de um profeta, como milagre para ajudar a estabelecer a sua mensagem (Jo 3.2/ At 2.22/ Hb 2. 3,4/ Mc 16. 17-20).

Um milagre, portanto, é uma intervenção divina, ou uma interrupção, no curso regular do mundo que produz um evento com um objetivo definido, o qual, apesar de incomum, não ocorreria (ou não poderia ocorrer) de outra forma.

A Bíblia informa pelo menos três propósitos para um milagre:
1)   Glorificar a natureza de Deus (Jo 2.11, 11.40);
2)   Confirmar as credenciais de certas pessoas na posição de porta-vozes de Deus (At 2.22);
3)   Proporcionar evidências para que haja fé em Deus (Jo 6.2,14/ 20. 30-31).

Finalmente, os milagres da Bíblia apresentam um aspecto teológico. Ao contrário da magia, eles jamais são realizados para divertir as pessoas (Lc 23.8). Eles têm um propósito distinto: glorificar o Criador e servir como evidência para que as pessoas creiam, conferindo credenciais à mensagem de Deus através do profeta de Deus.



Em Cristo,
André Gonçalves


Bibliografia:
Geisler – Norman – Teologia Sistemática – CPAD – vol. 1, pág. 39, 43,44

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Nudismo gospel?


Pois é! Não são poucas as notícias que correm pela internet contendo reportagens e depoimentos de adeptos do “naturismo gospel.” Dizem não haver nada de mais em homens, mulheres e crianças circularem tranquilamente como vieram ao mundo, por parques e praias destinadas ao naturismo gospel. Sem falar nos momentos de “culto” onde cantam, lêem a Bíblia e “meditam”(?) nas Escrituras. Teriam eles apoio bíblico para tal prática?


            Certa vez, um colega do trabalho questionou-me acerca de um profeta que ele não lembrava quem era, mas que havia andado nu. Ele estava falando de Isaías (Is. 20.2). Esta passagem NÃO é base para a prática do nudismo gospel. Ela é fácil de compreender, basta ler o contexto, ou seja, todo o capítulo 20 de Isaías, que possui apenas seis vs. Nesta passagem (como em várias outras) o Senhor quer transmitir um recado para seu povo através de uma ilustração: Assim como Isaías andaria nu e descalço, por sinal e prodígio dos três anos de humilhação que sobreviriam ao Egito e à Etiópia quando fossem conquistados pela Assíria. O povo de Judá perceberia, então, a insensatez de confiar na proteção do Egito contra a Assíria. Pois bem, o “nu” que está descrito em Is. 20 refere-se a uma roupa de baixo, ou seja, uma vestimenta/túnica simples. O cilício era um manto de tecido grosseiro, usado em ocasiões de profunda tristeza (Is. 3.24) e estaria sobre esta roupa de baixo.

            Outra passagem é a de João 21.7, onde nesta ocasião após a ressurreição do Senhor, os discípulos estavam pescando no mar de Tiberíades. Após uma noite sem sucesso na pesca, já pela manhã Jesus se apresenta a beira da praia e pergunta se há algo para comer. Após ser reconhecido por João (aquele discípulo a quem Jesus amava), Pedro que estava “nu” cingiu-se com sua túnica. A palavra “nu” em apreço (gr. gumnos) refere-se no original a uma pessoa que está trajando uma túnica (inferior) justa no corpo e não tem outra peça de roupa sobre ela (J.Strong – dic. grego nº 1131). W. E. Vine define a mesma passagem como “vestido só com roupa de baixo” com a veste exterior colocada à parte.

            A bíblia sempre apresenta a nudez como algo indecente. Isto não ocorre “apenas” quando Adão e Eva viviam no paraíso, no período da dispensação da inocência, antes de pecarem. Embasar na Bíblia a prática do nudismo gospel é mais que péssima exegese, é falta de temor e tremor.


Em Cristo,
André Gonçalves.


Bibliografia:
MacDonald – William – Comentário Bíblico Popular AT – Mundo Cristão – Pág. 644
Vine – W. E. – Dicionário Vine – CPAD – Pág. 824

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vigília DHOBC - Candiota RS

Vigília organizada pelo DHOBC (Departamento de Homens Batista Conservadora) na cidade de Candiota, realizada dia 30/04/2013.

Sob o lema de Jd v.3 cultuamos a Deus com louvores, testemunhos e ministração da Palavra, que esteve sob a cargo do servo de Deus, Pr. Jorge Gonçalves da cidade de Hulha Negra.

Foram momentos de grande alegria e manifestação da presença de Deus.

“Amados, enquanto eu empregava toda diligência para vos escrever acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos escrever, exortando-vos a batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.” Jd. v.3

Fotos:










Em Cristo,
André Gonçalves
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