quinta-feira, 31 de outubro de 2013

31 de Outubro - 496 anos da Reforma Protestante

No cárcere, sentenciado pelo papa a ser queimado vivo João Huss disse: “Podem matar o ganso [em alemão, sua língua natal, huss é ganso], mas daqui a cem anos, Deus suscitará um cisne que não poderão queimar”.

            Enquanto caía a neve e o vento frio uivava como fera em redor da casa, nascia esse “cisne” em Eisleben, Alemanha. No dia seguinte, o recém-nascido era batizado na igreja de São Pedro e São Paulo. Como era dia de São Martinho, recebeu o nome de Martinho Lutero.

            Cento e dois anos depois de João Huss expirar na fogueira, o “cisne” afixou, na porta da igreja em Wittenberg, as suas noventa e cinco teses contra as indulgências, ato que gerou a Grande Reforma.

            Wyclif, “a estrela da alva da Reforma”, traduzira a Bíblia para a língua inglesa. João Huss, discípulo de Wyclif, morrera na fogueira, na Boêmia, suplicando ao Senhor que perdoasse os seus perseguidores. Jerônimo de Praga, companheiro de Huss e também erudito, sofrera o mesmo suplício, cantando hinos, nas chamas, até o último suspiro. João Wessália, notável pregador de Erfurt, fora preso por ensinar que a salvação é pela graça, seu frágil corpo fora metido entre ferros, onde morreu quatro anos antes do nascimento de Lutero. Na Itália, quinze anos depois de Lutero nascer, Savonarola, homem dedicado a Deus e fiel pregador da Palavra, foi enforcado e seu corpo reduzido a cinzas, por ordem da igreja romana. Em tempos assim, nasceu Martinho Lutero.

            Aos 18 anos, Martinho ansiava estudar numa universidade. Seu pai, reconhecendo a idoneidade do filho, enviou-o a Eufurt, o centro intelectual do país, onde cursavam mais de mil estudantes. O moço estudou com tanto afinco que, no fim do terceiro semestre, obteve o grau de bacharel em filosofia. Com a idade de 21 anos, alcançou o segundo grau acadêmico e o de doutor em filosofia. Os estudantes, professores e autoridades prestaram-lhe significativa homenagem.

            Mas a alma de Lutero suspirava por Deus, acima de todas as coisas. Vários acontecimentos influenciaram-no a entrar para a vida monástica, passo que entristeceu profundamente seu pai e horrorizou seus companheiros de universidade.

            Primeiro, achou na biblioteca o maravilhoso Livro dos livros, a Bíblia completa, em latim. Até aquela ocasião, supunha que as pequenas porções escolhidas pela igreja para serem lidas aos domingos constituíssem o todo da Palavra de Deus. Depois de uma longa leitura, exclamou: ‘Oh! Se a Providência me desse um livro como este, só para mim!” Continuando a ler as Escrituras, seu coração começou a perceber a luz, e sua alma a sentir ainda mais sede de Deus.

            Para Lutero, a salvação da sua alma ultrapassava qualquer outro anelo.

            Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou, à porta da Igreja do Castelo, em Wittenberg, as suas 95 teses, cujo teor resume-se em que Cristo requer o arrependimento e a tristeza pelo pecado, e não a penitência. Lutero as afixou para um debate público, na porta de igreja, como era costume nesse tempo. Mas as proposições, escritas em latim, foram logo traduzidas para o alemão, holandês e espanhol. Antes de decorrido um mês, para surpresa de Lutero, já estavam na Itália, fazendo estremecer os alicerces do velho edifício de Roma. Foi do ato de pregar em lugar público as 95 teses que nasceu a Reforma, isto é, que tomou forma o grande movimento de almas que em todo o mundo ansiavam voltar para a fonte pura, a Palavra de Deus.

            496 anos se passaram, e hoje fica a pergunta: Há necessidade de uma nova Reforma Protestante? Acredito que hoje há sim a necessidade de uma nova reforma, mas esta deve partir de dentro do coração de cada um que se diz cristão. É hora de rever conceitos, voltar ao simples, novo e antigo Evangelho da cruz.


Em Cristo,
André Gonçalves.


Bibliografia:
Boyer, Orlando – Heróis da Fé – CPAD.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Deserto e a Bíblia [parte I]

Ler as histórias do deserto da Bíblia sem perceber o senso de perigo implicado é perder algo vital. O livro de Êxodo descreve a saída dos israelitas do Egito e sua dramática travessia do mar. Raramente, porém, lemos adiante. Por traz deles, o mar fechou-se. E à sua frente, nada além de... pedras, areia e calor.

Aqui está a surpresa. O mesmo deserto que ameaça é o que forma os maiores líderes de Israel. Praticamente todos os grandes personagens bíblicos - Antigo e Novo Testamentos - passaram algum tempo no deserto e foram formados pelas experiências que tiveram. Abraão veio do deserto e foi chamado para estabelecer-se em Canaã. Jacó fugiu de seu irmão Esaú e foi para o leste - para o deserto - onde Deus o encontrou. Moisés fugiu do Egito após matar um guarda egípcio, e no deserto do Sinai encontrou Deus, aceitou sua missão e retornou ao Egito. Israel passou quarenta anos no deserto imediatamente após nascer como nação no Sinai. Davi foi um pastor do deserto, fora de Belém, antes de ser escolhido como rei de Israel. E quando Saul perseguiu-o, retornou ao deserto ao qual conhecia tão intimamente.


Os profetas conheciam bem o deserto. Após Elias haver matado os profetas de Baal no monte Carmelo, fugiu para o deserto ao sul. Quando chegou à região do monte Sinai, Deus o encontrou. Amós era do vilarejo de Tecoa, uma remota aldeia desértica ao sul de Belém.

Até quando lemos o Novo Testamento, temas paralelos emergem. João Batista conduziu seu ministério ao longo do rio Jordão, o que requeria que as pessoas cruzassem o deserto para ter com ele nesta região remota. Jesus começou seu ministério após João batizá-lo, e passou quarenta dias no deserto entre Jericó e Jerusalém. Até Paulo, perseguindo os convertidos na estrada de Damasco, entrou no deserto da Arábia e passou três anos lá antes de emergir em Jerusalém como um articulado e confiante cristão.

O deserto repentinamente deixa de ser um elemento incidental nas histórias bíblicas para tornar-se um tema importante, suportando um tremendo peso teológico. Deus  usa o deserto como um lugar para moldar seu povo. Existe, de fato, algo de ameaçador aqui, mas de construtivo também. O povo é silenciado no deserto, pois vê sua vulnerabilidade e necessidade de estar sujeito a Deus com clareza renovada. Entende, finalmente, que a vida é frágil, e que sem ajuda e intervenção, a vida se perderá. Quando o povo entra no deserto pela primeira vez, seus temores são avivados.

Continua no próximo post...


Em Cristo,
André Gonçalves


Bibliografia:
Burge, Gary M. - A Bíblia e a Terra - CPAD, pág. 43,44,45.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Recebi um convite!!! Defendendo a Verdade.

Ontem no fim da tarde ao chegar do trabalho abri a porta da minha casa e me deparei com um convite (foto abaixo) que havia sido colocado por baixo da porta. Bem, o teor por si só é explicativo, mas deixo minha ressalva diante de tanta falta de compromisso com a verdade, com o Deus da Palavra e com a Palavra de Deus.

Além da pobreza na escrita (fiz correções em vermelho) o convite é pura palha pra atrair incautos (Rm 16.18). Seria esta a mensagem de evangelização que Jesus nos deixou (Mc 16.15)? E que a Igreja primitiva deixou exemplos (Rm 10.14/ II Tm 4.1-5)?

As Igrejas já não falam mais em salvação, libertação do pecado, quanto mais em arrebatamento (Mt 24.42,44). Sabe porque não se fala mais nisso? Porque não atrai dividendo$$$, não junta gente, se bem que circo também junta gente, né?!

Levar um povo ao conhecimento da verdade (Mc 12.24/ Jo 5.39) é sinônimo de heresias em decadência e lobo$ em extinção.



Que o Senhor tenha misericórdia!


Em Cristo,
André Gonçalves.
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